terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Raulzito e os Panteras

Raulzito e os Panteras
Quanto Raul Seixas gravou esse disco (o primeiro de sua carreira) ele era apenas um jovem baiano cheio de sonhos e esperanças de fazer sucesso pelo Brasil afora. Ao ouvir o álbum vemos claramente que Raul tentava, ao lado de seus companheiros de banda, embarcar na onda da jovem guarda. O disco é claramente nesse sentido, com sonoridade bem de acordo com esse movimento musical que fazia grande sucesso no Brasil na época. Só que um artista como Raul jamais ficaria preso numa caixinha, afinal ele era mesmo um cantor e compositor fora da casinha! Tanto isso é verdade que quando você ouve o disco percebe logo que há uma estranha mistura aqui. A sonoridade é da jovem guarda, mas algumas das letras traz toques de pura filosofia! Além disso que artista poderia arriscar de cara uma versão de um dos grandes clássicos psicodélicos dos Beatles logo em seu disco de estreia? E todos vestidos de figurino dos Beatles na primeira fase! Só o maluco beleza mesmo para ter esse tipo de ousadia. 

Infelizmente o disco não fez qualquer sucesso. Como explicaria anos depois numa entrevista, Raul foi percebendo que a gravadora não iria fazer nada pelo disco. Não trabalhou para promover o álbum, não enviou cópias para as rádios, não fez nada. Com isso o disco não vendeu nada. A filial brasileira da EMI apenas gravou o disco para preencher uma cota de LPs que a matriz inglesa exigia. Foi feito apenas para constar no catálogo. Uma pena! Logo o primeiro disco de um dos maiores roqueiros do Brasil ser tratado assim com tanto desprezo pela gravadora. De qualquer forma Raul não iria desistir. Ele continuaria no Rio, trabalhando como produtor na CBS, até o dia em que finalmente teria sua grande chance para mostrar seu talento musical, só que dessa vez como artista solo. O resto é história! 

Raulzito e os Panteras (1967)
Brincadeira
Por quê? Pra quê?
Um Minuto mais (I Will)
Vera Verinha
Você Ainda Pode Sonhar (Lucy in the Sky with Diamonds)
Menina de Amaralina
Triste Mundo
Dê-me tua Mão
Alice Maria
Me Deixa em Paz
Trem 103
O Dorminhoco

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Roberto Carlos - Roberto Carlos Canta Para a Juventude

Como todo brasileiro eu de certa forma também acompanhei a longa carreira do cantor Roberto Carlos. Confesso que não posso ser considerado um fã de carteirinha mas obviamente conheço todos os seus grandes sucessos, até porque é simplesmente impossível ignorar as músicas mais conhecidas dele, já que estavam a todo tempo tocando nas rádios. Também não sou particularmente interessado no trabalho que ele desenvolveu a partir dos anos 70 mas admito que gosto bastante de seus discos dos anos 60, justamente os da fase chamada Jovem Guarda. Naquela época Roberto Carlos era um cantor jovem cujo público também era jovem como ele. Não é de se admirar portanto o nome desse álbum (um dos poucos a receber um título próprio já que o cantor se notabilizou por ter a grande maioria de seus discos chamados simplesmente de "Roberto Carlos"). O clima aqui é de doce inocência, namoro no portão, enquanto a mãe não chama para dentro de casa. Tudo muito puro e juvenil, bem típico dos jovens daqueles anos. A primeira vez que conheci as músicas desse trabalho foi quando veio parar em minhas mãos um compacto duplo da CBS com as seguintes faixas: "História de Um Homem Mau", "Os Sete Cabeludos", "Parei... Olhei" e "Eu Sou Fã do Monoquini".

Logo que de cara gostei bastante de "História de Um Homem Mau", uma versão de  Roberto para a canção americana "Ol'man Mose". Como sempre fui fã de westerns, ouvir aquela letra, muito bem bolada e simpática, foi realmente gratificante. Já os "Os Sete Cabeludos" de Roberto e Erasmo tinha um certo toque cinematográfico, inclusive com efeitos sonoros bem legais. Uma faixa forte para os padrões da jovem guarda, sempre tão doce e apaixonada. Também gostei bastante de "Eu Sou Fã do Monoquini", que usava uma letra bem cafajeste (no bom sentido) para louvar a nova moda que estava quase estourando nas praias cariocas (e que ficaria conhecida anos depois como "Topless"). Já das faixas do álbum sempre gostei bastante de "Brucutu", outra versão nacional para uma música americana. O estilo satirizando o famoso personagem dos quadrinhos mostrava o quanto o disco era pop e antenado com a cultura jovem da época. Há obviamente faixas bem açucaradas e românticas que são a cara da jovem guarda como por exemplo "Não Quero Ver Você Triste" (que tem uma melodia muito bonita) ou até mesmo a doce "Rosita". No geral Roberto Carlos, apesar da pouca idade, já mostrava sinais de que iria de fato se tornar o cantor número 1 do país. Era um jovem focado, carismático, que acima de tudo cantava muito bem. Um artista talentoso realmente. Além disso discos saborosos como esse ajudaram e muito em sua subida para a fama e o sucesso. Um disco para ser redescoberto, certamente.

Roberto Carlos Canta para a Juventude (1965)
História de Um Homem Mau (Ol'man Mose)
Noite de Terror
Como É Bom Saber
Os Sete Cabeludos
Parei... Olhei
Os Velhinhos
Eu Sou Fã do Monoquini
Aquele Beijo Que Te Dei
Brucutu (Alley-oop)
Não Quero Ver Você Triste
A Garota do Baile
Rosita

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

James Brown - I Got You (I Feel Good)

James Brown - I Got You (I Feel Good)
Em 1965, em pleno auge da invasão britânica nas paradas americanas, chegou nas lojas o single "I Got You (I Feel Good)" de James Brown. Foi um sucesso espetacular! Realmente esse foi um artista diferente. James Brown conseguiu unir vários elementos da música norte-americana e quando todos pensavam que nada de novo surgiria no horizonte ele inovou! Misturando elementos do R&B, folk e soul, ele acabou criando algo único!

O single, como era de se esperar, subiu como um foguete nas paradas, sendo até hoje a música mais conhecida da longa e produtiva carreira de Brown. E para incendiar ainda mais as paradas o cantor criou uma coreografia própria para apresentar na TV americana. A partir daí Brown, com seu jeito único de dançar e cantar se tornou um dos maiores ícones da cultura negra dos Estados Unidos, sendo um dos artistas mais influentes da história! Michael Jackson? Ele em diversas entrevistas afirmou que um dos seus maiores ídolos era justamente James Brown, que unia a força de sua música com apresentações de palco memoráveis.

O compacto chegou nas lojas em outubro de 1965 e ficou entre os mais vendidos por doze semanas, um marco, já que o single chegava nas lojas através de um pequeno selo chamado King. Houve problemas de distribuição por causa da grande demanda e procura nas lojas. Anos depois James Brown diria que mesmo nos momentos mais complicados de sua vida ele sempre podia contar com o dinheiro dos direitos autorais dessa música, que nunca saiu de cena, sendo usada em comerciais, trilhas sonoras de filmes e todos os tipos de produtos. Canção imortal é isso aí!

James Brown - I Got You (I Feel Good) 
Lado A - I Got You (I Feel Good)
Lado B - I Can't Help It (I Just Do-Do-Do)

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Roy Orbison - Only the Lonely

Viver na década de 1960 deveria ser uma maravilha. Você ligava o rádio de seu carrão rabo de peixe e de repente surgia o Roy Orbison cantando "Only the Lonely" na programação, música que estava em primeiro lugar entre as mais vendidas da quente lista Billboard Hot 100. Olhando para trás podemos perceber bem que Roy Orbison foi um herói improvável. Míope, com visual careta (até para aquela época), de uma timidez incrível, o cantor e compositor superou todos esses problemas para se tornar um dos mais admirados músicos da história americana. Tudo o que lhe faltava em termos de visual lhe sobrava em talento. Quando Roy Orbison abria a boca para cantar não havia mais como lhe ignorar. Era aquele tipo de melodia que tocava fundo na alma. Roy sempre foi considerado um dos mais sentimentais e profundos intérpretes da música daquele país. Suas letras também tinham um sentimento único, quase insuportável para quem estava passando por alguma crise amorosa.

Esse single "Only the Lonely" foi um de seus grande hits. A letra é incrível pois consegue passar uma bela mensagem mesmo usando uma poesia das mais simples. A canção quase foi gravada por Elvis Presley. A RCA apostava que ela poderia ser gravada por Elvis em suas primeiras sessões depois de voltar do exército mas por um motivo ou outro o astro não as gravou. Em compensação quando Roy Orbison finalmente resolveu gravá-la acabou levando para a sessão vários músicos que tocavam com Elvis, como por exemplo o baixista Bob Moore, o pianista Floyd Cramer e a dupla de guitarristas preferida do rei, Hank Garland e Harold Bradley. Com tantos feras ao seu lado nem é preciso dizer que a gravação ficou ótima, maravilhosa até! O próprio Roy Orbison reconheceria isso anos depois a citando em uma entrevista como um de seus melhores trabalhos de estúdio. Se a balada romântica dos 60´s teve um nome ela certamente foi "Only the Lonely"! Uma canção que marcou época!

Roy Orbison - Only the Lonely (1960)
Categoria: Single
Lado A: Only the Lonely / Lado B: Here Comes That Song Again
Selo: Monument Records 
Autores: Roy Orbison, Joe Melson
Data de Lançamento: Maio de 1960.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

The Everly Brothers - Bye Bye Love

The Everly Brothers - Bye Bye Love
Se você estiver em busca de apenas uma música que defina todo o trabalho dos ótimos The Everly Brothers eu recomendo esse single lançado em março de 1957. Veja, no período mais criativo do surgimento do rock ´n´ roll americano a dupla Don e Phil Everly surgiam com uma proposta diferente. Ao invés dos grupos de rock formados por violão, guitarra e bateria, eles subiam ao palco apenas com dois violões e vocais afinadíssimos. O visual lembrava James Dean, com aqueles grandes topetes cheios de brilhantina. Eram jovens e excelentes instrumentistas, a tal ponto que todos os demais instrumentos eram sumariamente dispensados em suas apresentações. Em termos de letras e melodias havia uma busca por uma sonoridade que lembrava o country de raiz, das montanhas do sul, mas que fosse ao mesmo tempo ligado com o novo movimento que tomava as rádios americanas de assalto. O estilo dos rapazes fincou raízes e não apenas na América mas também pelo mundo afora, a ponto de Paul McCartney declarar que a sonoridade dos primeiros discos dos Beatles bebiam diretamente do estilo dos The Everly Brothers.

Como eram artistas jovens, os Brothers andavam em busca de uma canção que tocasse fundo na alma da garotada, se possível mostrando aspectos dos primeiros amores na escola, das desilusões sentimentais nessa fase da vida dos jovens. Sob esse ponto de vista "Bye Bye Love" se mostrava certeira. Escrita por Felice e Boudleaux Bryant foi composta justamente em cima dessa proposta. Felice estava apaixonada por um garoto de sua sala de aula, mas antes que pudesse se declarar a ele o jovem foi transferido para outro colégio. Isso devastou a compositora que logo escreveu os versos de "Bye Bye Love". Com um background desses não é de se admirar que quando o single pintou nas lojas se tornou rapidamente um hit, chegando ao ponto de liderar listas importantes na Billboard e na parada Cash Box. Na primeira de 1957 lá estava a canção chegando ao primeiro lugar - algo completamente inédito para a dupla. Ao longo dos anos a música acabou virando uma referência recebendo inúmeras regravações, entre elas as de George Harrison, Roy Orbison e Ray Charles. Nada mal para uns versinhos escritos na sala de aula por uma colegial apaixonada!

Pablo Aluísio. 

domingo, 14 de janeiro de 2024

Chuck Berry - Chuck Berry Is on Top

Bom, se eu fosse indicar algum álbum da discografia original de Chuck Berry para algum marinheiro de primeira viagem em sua obra certamente apontaria para esse "Chuck Berry Is on Top". Aqui Berry resolveu unir alguns singles de sucesso com gravações novas, inéditas. O resultado mais uma vez é excelente. Uma pena que na carreira e na vida pessoal Berry estivesse vivendo um verdadeiro caos, um inferno astral. Profissionalmente ele estava brigando com a gravadora Chess Records. Havia acusações para todos os lados, mas Berry insistia que estava sendo roubado pelos irmãos Leonard Chess e Phil Chess! A coisa toda iria atingir um ponto em que eles iriam partir para as raias dos tribunais, tamanho o nível de atrito que havia se instalado. Na vida pessoal as coisas também não iam nada bem. Chuck Berry vinha enfrentando acusações pesadas, em processos criminais, que culminariam em sua prisão alguns meses depois.

Com tanto coisa jogando contra não é de se admirar que ele tenha tido vários problemas para colocar um disco completamente inédito nas lojas. Particularmente abomino coletâneas em geral que considero resumos incompletos das obras dos artistas de que gosto. É um produto comercial para vender e nada mais. Em relação a roqueiros como Chuck Berry e Little Richard a coisa ficou ainda mais feia pois a partir dos anos 60 sairiam uma infinidade de títulos como "Golden Hits" e coisas do gênero que apenas procuravam relançar velhas gravações com novas capas. Uma verdadeira praga. Mesmo assim ainda consigo indicar - com certa reserva - um álbum como esse, afinal de contas em seu favor temos o fato dele ter sido parte da discografia original de Berry nos anos 50. Uma prova que sua carreira foi realmente meteórica, de poucos anos. Depois ele infelizmente se tornaria mais um artista ao estilo revival, vivendo de glórias passadas e pouco produzindo algo de novo.

Chuck Berry - Chuck Berry Is on Top (1959)
Almost Grown / Carol / Maybellene / Rock Sweet Little & Roller / Anthony Boy / Johnny B. Goode / Little Queenie / Jo Jo Gunne / Roll Over Beethoven / Around and Around / Hey Pedro  / Blues for Hawaiians.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Ray Charles - Hit The Road Jack

Ray Charles era cego mas não era bobo! Ao longo de sua vida colecionou uma infinidade de namoradas, amantes, esposas e aventuras. Se a mulher bobeasse caía na conversa do Ray. Não era raro ele ter mais de um caso com suas próprias vocalistas, algumas vezes com mais de uma, e tudo debaixo do nariz da própria esposa. Para um sujeito tão galinha não era de se admirar que de vez em quando ele levasse um toco de algumas de suas garotas que ficavam fartas de suas lorotas sem fim! E foi justamente numa ocasião dessas, quando uma delas cansada da galinhagem de Ray lhe disse a gíria "Hit The Road Jack" (algo como "Caia fora Jack!") que Ray teve a brilhante ideia de gravar essa irresistível canção de autoria do bluesman Percy Mayfield. Ele acrescentou mais pimenta no caldeirão e criou uma obra prima. Embora tenha uma origem pouco nobre, o fato é que "Hit The Road Jack" é um dos maiores clássicos gravados por Charles - um sucesso estrondoso que até hoje toca nas rádios e todo mundo conhece de cor e salteado.

A letra é das mais simples, basicamente uma mulher literalmente mandando seu amante embora para nunca mais voltar e ele respondendo com cinismo e irreverência singulares - "Agora, amor, ouça, amor, não me trate assim". O mais divertido de tudo é que quando Ray Charles foi apresentar a música pela primeira vez na TV americana ele estava tendo um caso com duas de suas vocalistas e o clima de "cachorrada" na apresentação ficou mais do que claro para quem assistiu. Ray aliás se segura para não cair na gargalhada, tal o clima de nonsense que se instala. Nesse mesmo dia nos bastidores o clima esquentou e o barraco se instalou completamente nos camarins do cantor! Imagine a baixaria! Para a gravadora ABC por outro lado isso não tinha a menor importância. Eles não estavam interessados em histórias de alcova mas em lucros! Lançado em single em outubro de 1961 a canção estourou nas paradas chegando ao primeiro lugar da cobiçada lista Billboard Hot 100, a principal da indústria fonográfica americana. No lado B a também interessante "The Danger Zone". Em suma, o que temos aqui é um sucesso memorável de um dos maiores nomes da música americana. E agora, pode cair fora Jack...

Pablo Aluísio

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Nat King Cole - Unforgettable

Essa é uma daquelas músicas que fazem você se sentir feliz por estar vivo e ter a oportunidade de ouvi-la. Quando ouço melodias como essa fico muito entristecido de ver no que a música negra americana se tornou nos dias de hoje - um festival incrível de falta de talento, sensibilidade e romantismo. Aliás essas três qualidades fundamentais - talento, sensibilidade e romantismo - sobravam na pessoa de Nat King Cole! Que grande cantor! Aqui temos um exemplo do que talento aliado a fina técnica podem fazer por um artista. Cole cantava suavemente, delicadamente, o que lhe valeu o carinhoso apelido de "voz de veludo". Ao se ouvir gravações como essa quem pode discordar? Certamente muitos conhecem "Unforgettable" no dueto entre Cole e sua filha, algo que só foi possível graças às maravilhas da tecnologia moderna. Como sou um tradicionalista em termos musicais prefiro a versão crua, original, tal como chegou ao mercado em 1951. Aquilo senhoras e senhores é uma verdadeira obra prima em forma de notas musicais. Insuperável em todos os aspectos.

Também pudera, a canção foi produzida pelo gênio Nelson Riddle, que escreveu o arranjo com uma delicadeza ímpar. Para quem não se lembra ou não sabe, Riddle foi o grande parceiro musical de Frank Sinatra, estando por trás de todos os grandes álbuns da carreira do cantor. Era uma dupla perfeita, Sinatra no microfone e Nelson no controle, na sala de estúdio, lapidando tudo com uma sensibilidade fora do comum. A sofisticação e elegância que trazia para os discos do velho Blue Eyes, se repete aqui, em cada detalhe, em cada nuance da melodia. Irving Gordon, o famoso compositor nova iorquino negro, foi quem escreveu a música. Um veterano que chegou ao meio musical pelas mãos de ninguém menos do que Duke Ellington. Assim pare para analisar, temos aqui um trio de ouro por trás de "Unforgettable"! Com tantos talentos não poderia dar em outra coisa. Considero "Unforgettable", sem favor algum, uma das dez mais lindas canções da música norte-americana de todos os tempos. Simplesmente imortal!

Unforgettable (Irving Gordon) - Unforgettable, that's what you are / Unforgettable though near or far / Like a song of love that clings to me / How the thought of you does things to me / Never before has someone been more / Unforgettable in every way / And forever more, that's how you'll stay / That's why, darling, it's incredible / That someone so unforgettable /  Thinks that I am unforgettable too / Unforgettable in every way / And forever more, that's how you'll stay / That's why, darling, it's incredible / That someone so unforgettable / Thinks that I am unforgettable too.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Dean Martin - Memories Are Made Of This

Dean Martin - Memories Are Made Of This
Em plena explosão do rock americano em meados dos anos 50, eis que surge nas paradas um grande sucesso romântico cantado por Dean Martin. A bonita e singela "Memories Are Made Of This" acabou derrubando vários roqueiros das primeiras posições, chegando ao número 1, ficando por lá por cinco semanas! Um feito e tanto! Dean Martin conseguiu inúmeras vezes essa proeza. É bem lembrado que foi ele também quem derrubou os Beatles do Top 1 em 1964 com sua "Everybody Loves Somebody", o que fez com que tirasse uma enorme onda com esse feito! Em pleno auge da Beatlemania lá estava o velho e bom Dean Martin ocupando seu espaço. Pois é, Dean Martin era realmente bom de vendas no mercado de singles.

Essa canção tem um swing bem peculiar, poderia inclusive ter feito parte de qualquer disco de Frank Sinatra. Aliás falando em comparações é interessante dizer que Martin não tinha uma voz mais bonita do que a de Sinatra, porém era bem mais forte e impressionante. Frank Sinatra em termos de voz ganhava em beleza, ao que Dean Martin o superava em potência e poderio vocal. Um detalhe sobre essa canção que poucos sabem é que a primeira versão a sair em disco nos Estados Unidos foi gravada pela orquestra de Ray Conniff. Essa primeira gravação tem uma suntuosidade que Martin dispensou em sua versão, já que ele procurava criar um clima de intimidade, romantismo. Já o maestro Ray procurava pela explosão sonora. Outro fato interessante para os fãs do cantor: com o sucesso do single a gravadora Capitol lançou um EP com mais duas faixas, que também venderam muito bem. Então é isso. Entre os grandes sucessos musicais da parada da Billboard de 1956 lá estava o romântico Dean Martin se sobressaindo entre um oceano de roqueiros rebeldes. O romantismo sempre se faz presente, não importando o momento.

Dean Martin - Memories Are Made Of This (1956)
Memories Are Made Of This 
Change of Heart 
I Like Them All (EP)
Ridin Into Love (EP).

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Frank Sinatra - In the Wee Small Hours

Frank Sinatra - In the Wee Small Hours
Desde que havia assinado com a Capitol Records, Sinatra vinha com a intenção de investir cada vez mais em discos conceituais. Eram álbuns com uma temática em comum ligando todas as canções. Havia sido em parte assim com os dois primeiros discos do cantor nessa nova gravadora e seguiu ainda mais firme nesse sentido com esse terceiro disco no selo. O tema central aqui é a desilusão amorosa. Todas as letras de todas as faixas possuem esse elo em comum, falando de relacionamentos fracassados, amores dolorosos, solidão, depressão e amargura. Por essa razão é um disco bem melancólico, onde Sinatra no fundo estava falando de si mesmo. Ele havia se separado da esposa Nancy, tinha embargado em um relacionamento conturbado com Ava Gardner, que o traía constantemente, e tudo parecia desmoronar em sua vida amorosa. 

Eu sempre entendi perfeitamente a importância desse álbum na discografia de Sinatra. Sempre foi um dos mais conceituados e elogiados de sua discografia, mas ao mesmo tempo nunca consegui gostar. Acho que é necessário estar em uma certa vibe para curtir esse LP. E esse é o sentimento da dor de cotovelo, não tem como escapar desse aspecto. O ouvinte tem que estar sintonizado com o próprio estado de espírito do cantor na época para criar uma conexão com o sentimento geral que esse trabalho musical passa. Bom, esse tipo de coisa para baixo, caindo no choro por causa do fim de um relacionamento, nunca foi a minha praia. É o disco da fossa do Sinatra. Por isso nunca gostei mesmo. Prefiro outros discos do cantor, mas de qualquer forma fica a dica. É um disco importante na carreira de Sinatra. 

Frank Sinatra - In the Wee Small Hours (1955)
In the Wee Small Hours of the Morning
Mood Indigo
Glad to Be Unhappy
I Get Along Without You Very Well
Deep in a Dream
I See Your Face Before Me
Can't We Be Friends?
When Your Lover Has Gone
What Is This Thing Called Love?
Last Night When We Were Young
I'll Be Around
Ill Wind
1It Never Entered My Mind
Dancing on the Ceiling
I'll Never Be the Same
This Love of Mine

Pablo Aluísio.